sábado, 25 de setembro de 2010

Aristóteles

Aristóteles

O mundo da experiência, as quatro causas, ética e política

 Em 1996, descobriu-se em Atenas, Grécia, o sítio arqueológico onde funcionou o Liceu - a escola fundada por AristótelesAcademia, a escola anterior, fundada por seu antigo professor, Platão (427-347 a.C.). A fundação do Liceu não reflete nenhuma ingratidão do discípulo com seu mestre, que por sinal já havia morrido cerca de dez anos quando a escola aristotélica surgiu (336 a.C.).

Aluno de Platão, a quem reconhecia o gênio, Aristóteles passou a discordar de uma idéia fundamental de sua filosofia e, então, o pensamento dos dois se distanciou. Talvez seja esse o ponto de partida para se falar da obra filosófica aristotélica.

Platão concebia a existência de dois mundos: aquele que é apreendido por nossos sentidos - por assim dizer, o mundo concreto -, que está em constante mutação; e um outro mundo - abstrato -, o mundo das idéias, imutável, independente do tempo e do espaço, que nos é acessível somente pelo intelecto.

(384-322 a.C.), para concorrer com a

O mundo da experiência

Para Aristóteles, existe um único mundo: este em que vivemos. Só nele encontramos bases sólidas para empreender investigações filosóficas. Aliás, é o nosso deslumbramento com este mundo que nos leva a filosofar, para conhecê-lo e entendê-lo.

Aristóteles sustenta que o que está além de nossa experiência não pode ser nada para nós. Nesse sentido, ele não acreditava e não via razões para acreditar no mundo das idéias ou das formas ideais platônicas.

Porém, conhecer o mundo da experiência, "concreto", foi um desejo ao qual Aristóteles se entregou apaixonadamente. Assim, ele descreveu os campos básicos da investigação da realidade e deu-lhes os nomes com que são conhecidos até os nossos dias: lógica, física, política, economia, psicologia, metafísica, meteorologia, retórica e ética.

Aliás, ele inventou também os termos técnicos dessas disciplinas e eles também se mantêm em uso desde então. Exemplos? Energia, dinâmica, indução, demonstração, substância, essência, propriedade, categoria, proposição, tópico, etc.

O que é ser?

Filósofo que sistematizou a lógica, Aristóteles definiu as formas de inferência que são válidas e as que não são, além de nomeá-las. Durante dois milênios, estudar lógica significou estudar a lógica aristotélica.

Aristóteles aplicou a lógica, antes de mais nada, para responder a uma questão que lhe parecia a mais importante de todas: o que é ser?, ou, em outras palavras, o que significa existir? Primeiramente, o filósofo constatou que as coisas não são a matéria de que se constituem.

Por exemplo, uma pilha de telhas, outra de tijolos, vigas e colunas de madeira não são uma casa. Para se tornarem casa, é necessário que estejam reunidas de um modo determinado, numa estrutura muito específica e detalhada. Essa estrutura é a casa; e os materiais, embora necessários, podem variar.

Com o tempo, nosso corpo está em constante mutação - transforma-se da infância para adolescência, desta para a idade adulta e, finalmente, para a velhice. Nem por isso deixamos de ser nós mesmos. Da mesma maneira, um cão é um cão em virtude de uma organização e estrutura que ele compartilha com outros cães e que o diferencia de outros animais que também são feitos de carne, pelos, ossos, sangue...

As quatro causas

Para Aristóteles uma coisa é o que é devido a sua forma. Como, porém, o filósofo entende essa expressão? Ele compreende a forma como a explicação da coisa, a causa de algo ser aquilo que é. Na verdade, Aristóteles distingue a existência de quatro causas diferentes e complementares:

  • Causa material: de que a coisa é feita? No exemplo da casa, de tijolos.

  • Causa eficiente: o que fez a coisa? A construção.

  • Causa formal: o que lhe dá a forma? A própria casa.

  • Causa final: o que lhe deu a forma? A intenção do construtor.

    Embora Aristóteles não seja materialista (vimos que a forma não é a matéria), sua explicação do mundo é mundana, está no próprio mundo. Finalmente, para o filósofo, a essência de qualquer objeto é a sua função. Diz ele que, se o olho tivesse uma alma, esta seria o olhar; se um machado tivesse uma alma, esta seria o cortar. Entendendo isso, entendemos as coisas.

    Mas o pensamento aristotélico não se limitou a essa área da filosofia que podemos chamar de teoria do conhecimento ou epistemologia. Deixando de lado os domínios que deram origem a outras ciências e nos limitando à filosofia propriamente dita, Aristóteles ainda refletiu sobre a ética, a política e a poética (que, no caso, compreende não apenas a poesia, mas a obra literária e teatral).

    Ética e política

    No campo da ética, segundo Aristóteles, todos nós queremos ser felizes no sentido mais pleno dessa palavra. Para obter a felicidade, devemos desenvolver e exercer nossas capacidades no interior do convívio social.

    Aristóteles acredita que a auto-indulgência e a autoconfiança exageradas criam conflitos com os outros e prejudicam nosso caráter. Contudo, inibir esses sentimentos também seria prejudicial. Vem daí sua célebre doutrina do justo meio, pela qual a virtude é um ponto intermediário entre dois extremos, os quais, por sua vez, constituem vícios ou defeitos de caráter.

    Por exemplo, a generosidade é uma virtude que se situa entre o esbanjamento e a mesquinharia. A coragem fica entre a imprudência e a covardia; o amor-próprio, entre a vaidade e a falta de auto-estima, o desprezo por si mesmo. Nesse sentido, a ética aristotélica é uma ética do comedimento, da moderação, do afastamento de todo e qualquer excesso.

    Para Aristóteles, é a ética que conduz à política. Segundo o filósofo, governar é permitir aos cidadãos viver a vida plena e feliz eticamente alcançada. O Estado, portanto, deve tornar possível o desenvolvimento e a felicidade do indivíduo. Por fim, o indivíduo só pode ser feliz em sociedade, pois o homem é, mais do que um ser social, um animal político - ou seja, que precisa estabelecer relações com outros homens.

    O papel da arte

    A poética tem, para Aristóteles, um papel importantíssimo nisso, na medida em que é a arte - em especial a tragédia - que nos proporciona as grandes noções sobre a vida, por meio de uma experiência emocional. Identificamo-nos com os personagens da tragédia e isso nos proporciona a catarse, uma descarga de desordens emocionais que nos purifica, seja pela piedade ou pelo terror que o conflito vivido pelas personagens desperta em nós.

    Tudo isso é, evidentemente, um resumo ultra-sintético do pensamento aristotélico. Sua obra é gigantesca, apesar de a maior parte dela ter se perdido ao longo dos tempos. O que chegou até nós corresponde a 1/5 de sua produção. São notas suas e de seus discípulos que passaram nas mãos de estudiosos da Antigüidade, da Idade Média (parte dos quais em países islâmicos), e que foram reorganizadas pela posteridade.

    Principalmente em função disso, a leitura de Aristóteles é difícil e seus textos não possuem a qualidade artística que encontramos nas obras de Platão.

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    Conhece-te a ti mesmo

    Sócrates e a nossa relação com o mundo


    A figura de Sócrates é como um divisor de águas na Filosofia Antiga, tanto que os filósofos anteriores a ele são tradicionalmente chamados de pré-socráticos.

    De fato, com Sócrates há uma mudança significativa no rumo das discussões filosóficas sobre a verdade e o conhecimento. Os primeiros filósofos estavam preocupados em encontrar o fundamento (arké) de todas as coisas. Sócrates, por sua vez, está mais interessado em nossa relação com os outros e com o mundo.

    Curiosamente, Sócrates nada escreveu - e tudo o que sabemos dele é graças a seus discípulos, particularmente Platão. Sócrates teria tomado a inscrição da entrada do templo de Delfos como inspiração para construir sua filosofia: Conhece-te a ti mesmo.

    Para compreendermos o sentido dessa frase, segundo o filósofo francês Michel Foucault (1926 - 1984), devemos inscrevê-la em uma estratégia mais geral do cuidado de si.

    Ou seja, o que Sócrates pregava era que nós devemos nos ocupar menos com as coisas (riqueza, fama, poder) e passarmos a nos ocupar com nós mesmos. Poderia objetar-se: com que propósito deveria ocupar-me comigo mesmo? Porque é o caminho que me permite ter acesso à verdade. Mas que tipo de verdade? Obviamente não é uma verdade qualquer, tal como a fórmula química da água, mas a verdade que é capaz de transformá-lo no seu próprio ser de sujeito.

    É esse ato de conhecimento, capaz de promover nossa autotranscendência, de que fala Sócrates. Conhecer a mim mesmo para saber como modificar minha relação para comigo, com os outros e com o mundo.

    Como ter acesso à verdade?

    Tal modificação para ter acesso à verdade, contudo, não é um ato puramente intelectual. Ela exige, por vezes, determinadas renúncias e purificações, das quais Sócrates é um exemplo.

    Sócrates dizia ter recebido de Deus a missão de exortar os atenienses, fossem eles velhos ou jovens, a deixarem de cuidar das coisas, passando a cuidar de si mesmos. Tal atitude o fez dedicar-se inteiramente à filosofia e à prática dialógica (uma forma especial de diálogo, denominada maiêutica) por meio da qual ele fazia com que seu interlocutor percebesse as inconsistências de seu discurso e se autocorrigisse.

    A atitude de Sócrates questionava os valores da sociedade ateniense, razão pela qual seus inimigos o levaram ao tribunal, onde foi julgado e condenado à morte. Sua morte, porém, não impediu que a questão do cuidado de si se tornasse um tema central na filosofia durante mais de mil anos - e chegasse a influenciar alguns filósofos modernos e contemporâneos.

    A questão central do cuidado de si é que jamais se tem acesso à verdade sem uma experiência de purificação, de meditação, de exame de consciência - enfim, através de determinados exercícios espirituais capazes de transfigurar nosso próprio ser.

    Dito de outro modo, o estado de iluminação, de descoberta da verdade, não é produto do estudo, mas de uma prática acompanhada de reflexão constante sobre minhas ações, atitudes - e de como posso modificá-las para me tornar uma pessoa melhor. É como se a vida fosse uma obra de arte em que nós vamos nos moldando, nos aperfeiçoando no decorrer da existência.

    A difícil busca da verdade

    Atualmente, estamos distantes dessa perspectiva socrática do cuidado de si. A ciência moderna está preocupada com a produção e acumulação de conhecimentos.

    Mas quando nos perguntamos: para quê acumulamos e produzimos conhecimento? A resposta é simplesmente: para aumentar infinitamente nosso conhecimento. Entramos, assim, numa corrida sem fim, em que nunca nos questionamos se isso realmente está trazendo os benefícios prometidos.

    Claro que a tecnologia traz inegáveis benefícios, mas não parece que as pessoas, atualmente, estejam mais felizes. Pode-se alegar, no entanto, que não é papel do conhecimento e da ciência promover a felicidade humana - e que, talvez, conhecimento e ciência tenham a única função de contribuir para a concentração de poder e dinheiro nas mãos de alguns uns poucos.

    Sócrates, porém, via a busca da verdade como um caminho de ascese, pois, quando cuidamos de nós mesmos, modificamos nossa relação com os outros e com o mundo.

    Mergulhados em preocupações com a aparência e o consumo, pensamos estar cuidando de nós mesmos, quando na verdade estamos nos perdendo em meio às coisas. É preciso conhecer a si mesmo para não perder-se. Claro que você não vai encontrar toda verdade em si mesmo, mas, pelo menos, a única verdade capaz de salvá-lo.


     

    sexta-feira, 24 de setembro de 2010


    No fim destes dias encontrar você que me sorri, que me abre os braços, que me abençoa e passa a mão na minha cara marcada, na minha cabeça confusa, que me olha no olho e me permite mergulhar no fundo quente da curva do teu ombro. Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços e você me beija e você me aperta e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem.

    Caio Fernando Abreu


    Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. "

    Caio Fernando Abreu

    quarta-feira, 22 de setembro de 2010

    SONETO DA FIDELIDADE

    De tudo, meu amor serei atento
    Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
    Que mesmo em face do maior encanto
    Dele se encante mais meu pensamento.
    Quero vivê-lo em cada vão momento
    E em seu louvor hei de espalhar meu canto
    E rir meu riso e derramar meu pranto
    Ao seu pesar ou seu contentamento.
    E assim, quando mais tarde me procure
    Quem sabe a morte, angústia de quem vive
    Quem sabe a solidão, fim de quem ama
    Eu possa me dizer do amor ( que tive ) :
    Que não seja imortal, posto que é chama
    Mas que seja infinito enquanto dure.


    Vinicius de Morais...

    terça-feira, 21 de setembro de 2010

    Existencialismo

    O homem está condenado a ser livre

    Existencialismo é um conjunto de doutrinas filosóficas que tiveram como tema central a análise do homem em sua relação com o mundo, em oposição a filosofias tradicionais que idealizaram a condição humana.

    É também um fenômeno cultural, que teve seu apogeu na França do pós-guerra até meados da década de 1960, e que envolvia estilo de vida, moda, artes e ativismo político. Como movimento popular, o existencialismo iria influenciar também a música jovem a partir dos anos 1970, com os góticos e, atualmente, os emos.

    Apesar de sua fama de pessimista e lúgubre, o existencialismo, na verdade, é apenas uma filosofia que não faz concessões: coloca sobre o homem toda a responsabilidade por suas ações.

    O escritor, filósofo e dramaturgo francês Jean-Paul Sartre (1905-1980), maior expoente da filosofia existencialista, parte do seguinte princípio: a existência precede a essência. Com isso, quer dizer que o homem primeiro existe no mundo - e depois se realiza, se define por meio de suas ações e pelo que faz com sua vida.

    Assim, os existencialistas negam que haja algo como uma natureza humana - uma essência universal que cada indivíduo compartilhasse -, ou que esta essência fosse um atributo de Deus. Portanto, para um existencialista, não é justo dizer "sou assim porque é da minha natureza" ou "ele é assim porque Deus quer".

    Ao contrário, se a existência precede a essência, não há nenhuma natureza humana ou Deus que nos defina como homens. Primeiro existimos, e só depois constituímos a essência por intermédio de nossas ações no mundo. O existencialismo, desta forma, coloca no homem a total responsabilidade por aquilo que ele é.


    Somos os responsáveis por nossa existência

     

    Se o homem primeiro existe e depois se faz por suas ações, ele é um projeto - é aquele que se lança no futuro, nas suas possibilidades de realização. O que isso quer dizer?

    Eu não escolho nascer no Brasil ou nos EUA, pobre ou rico, branco ou preto, saudável ou doente: sou "jogado" no mundo. Existo. Mas o que eu faço de minha vida, o significado que dou à minha existência, é parte da liberdade da qual não posso me furtar. Posso ser escritor, poeta ou músico. No entanto, se sou bancário, esta é minha escolha, é parte do projeto que eliminou todas as outras possibilidades (escritor, poeta, músico) e concretizou uma única (bancário).

    E, além disso, tenho total responsabilidade por aquilo que sou. Para o existencialista, não há desculpas. Não há Deus ou natureza a quem culpar por nosso fracasso. A liberdade é incondicional e é isso que Sartre quer dizer quando afirma que estamos condenados a sermos livres: "Condenado porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre, porque uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer" (em O existencialismo é um humanismo, 1978, p. 9).

    Portanto, para um existencialista, o homem é condenado a se fazer homem, a cada instante de sua vida, pelo conjunto das decisões que adota no dia-a-dia.

    "Tive que cuidar dos filhos, por isso não pude fazer um curso universitário." "Não me casei porque não encontrei o verdadeiro amor." "Seria um grande ator, mas nunca me deram uma oportunidade de mostrar meu talento." Para Sartre, nada disso serve de consolo e não podemos responsabilizar ninguém pelo que fizemos de nossa existência. O que determina quem somos são as ações realizadas, não aquilo que poderíamos ser. A genialidade de Cazuza ou Renato Russo, por exemplo, é o que eles deixaram em suas obras, nada além disso.

     

    O peso e a importância da liberdade

     

    Mas ao escolher a si próprio, a sua existência, o homem escolhe por toda a humanidade, isto é, sua escolha tem um alcance universal. João é casado e tem três filhos: fez uma opção pela monogamia e a família tradicional. Já seu amigo José é filiado a um partido político e vai para o trabalho de bicicleta: acha correta a participação política e se preocupa com o meio ambiente. As escolhas de José e João têm um valor universal. Ao fazer algo, deveríamos nos perguntar: e se todos agissem da mesma forma, o mundo seria um lugar melhor de se viver?

    E é por esta razão que o viver é sempre acompanhado de angústia. Quando escolhemos um caminho, damos preferência a uma dentre diversas possibilidades colocadas à nossa frente. Seguimos o caminho que julgamos ser o melhor, para toda humanidade.

    Fugir deste compromisso é disfarçar a angústia e enganar sua própria consciência. É agir de má-fé, segundo Sartre. Neste caso, abro mão de minha responsabilidade. Digo: "Ah... nem todo mundo faz assim!", ou então delego a responsabilidade de meus atos à sociedade, às pessoas de meu convívio familiar e profissional ou a um momento de ira ou paixão. No entanto, para os existencialistas, esta é uma vida inautêntica.

    À primeira vista, o peso da liberdade depositado no homem pelos filósofos existencialistas pode parecer excessivamente pessimista, fatalista, de uma solidão extrema no íntimo de nossas decisões. Mas, ao contrário, o existencialista coloca o futuro em nossas mãos, nos dá total autonomia moral, política e existencial, além da responsabilidade por nossos atos. Crescer não é tarefa das mais fáceis.

     

    quinta-feira, 16 de setembro de 2010

    Trecho de livro

     O mito de Sísifo

    Anteriormente tratava-se de saber se a vida devia ter um sentido para ser vivida. Agora parece, pelo contrário, que ela será tanto melhor vivida quanto menos sentido tiver. Viver uma experiência, um destino, é aceitá-lo plenamente. Mas sabendo-o absurdo, não se manter diante de si o absurdo iluminado pela consciência. Negar um dos termos da oposição na qual se vive é fugir dela. Abolir a revolta consciente é elodir o problema. O tema da revolução permanente se transfere assim para a experiência individual.
    Viver é fazer que o absurdo viva. Faze-lo viver é, antes de mais nada, contemplá-lo. Ao contrário de Eurídice, o absurdo só morre quando viramos as costas para ele. Por isso uma das poucas posturas filosóficas coerentes é a revolta, o confronto perpétuo do homem com sua própria escuridão. Ela é a exigência de uma transparência impossível e questiona o mundo a cada segundo... (...)

    Albert Camus

    Trecho do livro O Mito de Sísifo



    "O mundo proporciona sempre a mesma soma de experiências a dois homens que vivem o mesmo número de anos. Cabe a nós ter consciência disso. Sentir o maximo possível sua vida, sua revolta, sua liberdade é viver o máximo possível. "

    Albert Camus

    Poesia

     
    Não sei quantas almas tenho.
    Cada momento mudei.
    Continuamente me estranho.
    Nunca me vi nem acabei.
    De tanto ser, só tenho alma.
    Quem tem alma não tem calma.
    Quem vê é só o que vê,
    Quem sente não é quem é,

    Atento ao que sou e vejo,
    Torno-me eles e não eu.
    Cada meu sonho ou desejo
    É do que nasce e não meu.
    Sou minha própria paisagem;
    Assisto à minha passagem,
    Diverso, móbil e só,
    Não sei sentir-me onde estou.

    Por isso, alheio, vou lendo
    Como páginas, meu ser.
    O que segue não prevendo,
    O que passou a esquecer.
    Noto à margem do que li
    O que julguei que senti.
    Releio e digo : “Fui eu ?”
    Deus sabe, porque o escreveu.


    Fernando Pessoa

    sábado, 11 de setembro de 2010

    Mulher ! Como entender o inexplicável


    Inexplicável

    Inexplicável é a mulher!!
    Hora triste, hora alegre.
    Hora risos, hora choro.
    Hora que quero, hora que não quero.
    Hora gorda, hora magra.
    Hora feia, hora bonita.
    Hora criança, hora mulher.
    Hora quer colo, hora quer correr.
    Mulher! Como entender uma mulher.
    Ama e odeia o espelho
    Quer filhos, quer estudar.
    Quer trabalhar, quer férias.
    Quer andar, quer voar.
    Como entender uma mulher 
    Como realizar seus desejos,
    se nem ela sabe o que quer.
    Mulher! Como entender o inexplicável.

    Juliana...

    quinta-feira, 9 de setembro de 2010

    Sócrates

    Ideias filósoficas

    As crenças de Sócrates em comparação às de Platão são difícieis de discernir. Há poucas diferenças entre as duas ideias filósoficas. Consequentemente, diferenciar as crenças filósoficas de sócrates, Platão e Xenofontes é uma tarefa difícil e deve se sempre lembrar que o que é atribuido a sócrates pode refletir no pensamento dos outros autores
    Se algo pode ser dito sobre as ideias de s´crates é que ele foi moralmente, intelectualmente e filósoficamente diferentes de seus contemporânios ateniense. Quando estava sendo julgado por heresia e por corromper a juventude usou seu método de elenchos para demonstrar as crenças errônias de seus julgadores. Sócrates acreditava na imortalidade da alma e que teria recebido, em um certo momento de sua vida uma missão especial do deus Apolo Apologia a defesa do logos apolíneo "Conhece-te a ti mesmo"
    Sócrates também duvidava da ideia sofista de que arete ( virtude ) podia ser ensinada. Acreditava que a exelência moral é uma questão de inspiração e não de parentesco, pois pais moralmente perfeitos não tinham filhos semelhantes a eles. isso talves tenha sido a causo de não ter se importado muito com o futuro de seus filhos. Sócrates frequentemente diz que suas ideias não são próprias, mas de seus mestres entre eles Prádico e Anaxágoras de Clazomenas.

    Conhecimento


    Sócrates sempre dizia que sua sabedoria era limitada à sua sua própria ignorância ( só sei que nada sei ). Ele acreditava que os atos errados eram consequência da própria ignorância. Nunca proclamou ser sábio. a intenção de Sócrates era levar as pessoas a se sentirem ignorântes de tanto perguntar, problematização sobre conseitos que as pessoas tinham dogmas verdades. De tanto questionar principalmente os sábios, começou a arrebanhar inimigos.


    Virtude


    Sócrates acreditava que o melhor modo para as pessoas viverem era se consentrando no próprio desenvolvimento ao invés de buscar riqueza matérial. Convidava outros a se consentrarem na amizade e em um sentido de comunidade, pois acreditava que esse era o melhor modo de se crescer como uma população. Suas ações sõ provas disso : ao fim de sua vida aceitou sua sentença de morte quando todos acreditavam que fugiria de Atenas pois acreditava que os seres humanos possuíam certas virtudes, tanto filósoficas quanto intelectuais. Dizia que a virtude era a mais importante de todas as coisas. (.......)


    Alguém tem saudade de você



    Alguém sente falta dos seus braços e seus beijos,
    Do calor do seu coração, do amor dos seus olhos,
    Do seu carinho e compreenção ...

    Alguém sente falta da magia que brilha em tudo o que você faz,
    Dos segredos que você guarda, dos sonhos que você revela,
    Do modo maravilhoso como você transforma desejos em realidade ...

    E alguém só espera pelo dia de manhã,
    Uma manhã quando o esperar terá fim, e o desejar seja enfim
    O momento feliz de abraçar você outra vez.

    O tempo não apaga o Amor !!!

     
    Ao Amor Antigo 

    O amor antigo vive de si mesmo,
    não de cultivo alheio ou de presença.
    Nada exige nem pede. Nada espera,
    mas do destino vão nega a sentença.

    O amor antigo tem raízes fundas,
    feitas de sofrimento e de beleza.
    Por aquelas mergulha no infinito,
    e por estas suplanta a natureza.

    Se em toda parte o tempo desmorona
    aquilo que foi grande e deslumbrante,
    a antigo amor, porém, nunca fenece
    e a cada dia surge mais amante.

    Mais ardente, mas pobre de esperança.
    Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
    e resplandece no seu canto obscuro,
    tanto mais velho quanto mais amor.


    Carlos Drummond de Andrade
    NÃO DEIXE O AMOR PASSAR

    Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
    Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
    Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
    Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

    Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.


    Carlos Drummond de Andrade

    quarta-feira, 8 de setembro de 2010

    Ah ! O amor ...

    O amor !!!!

    Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, por que o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo labaredas do senhor
    As muitas águas nãopoderiam apagar esse amor nem os rios afogá-lo ainda que aguém desse toda a fazenda de sua casa por esse amor, certamente o desprezariam ...

    Cantares de salomão
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    O amor precisa ser cuidado, cultivado, assim como uma planta precisa de sol, solo e boa água para sobreviver e dar bons frutos, assim também é o amor, ele precisa ser cultivado por toda a vida.

    Imagine agora o que vou contar !!!

    Há uma fonte linda, com pedras lisas no fundo e peixinhos a nadar 
    Do lado dela tem muitas flores e toda vez que o mato começa a crescer, seu dono vai até a fonte e limpa o mato e as ervas daninhas que teimam em crescer em volta da fonte.
    Mas o tempo passa e o dono esquece a linda fonte pois supõe não precisar mais da água que ela produz . E o mato;  Há o mato !! Como ele cresce e tampa a fonte por completo quem olha já não vê a fonte, os matos sujaram tanto a fonte que os peixes que nela viviam morreram e a água não é cristalina e pura como antes.
    E um dia o dono lembra da beleza da fonte, de como ela era antes, e ele limpa e tira o mato e o que ele encontra de baixo de tanta sujeira é uma linda fonte de águas cristalinas que sempre esteve ali, estava apenas escondida pela sujeira.
    Assim é o amor, as vezes o magoamos e o ferimos tanto que acabamos por escondelo  de baixo de tantas sujeiras que pensamos que ele esteja morto.
    Mas ele ainda está lá só esperando que se limpe a fonte para que ele possa correr novamente limpo e cristalino.

    Cultive o amor.... Limpe a fonte... Não deixe que as magoas do passado destruam o seu amor 

    Ame....... Ame sempre, o amor vale a pena

    Juliana...

    sábado, 4 de setembro de 2010

    Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos 

    Willian  Shakespeare

    Um pouco de sócrates

    Sócrates

    Nascido em Atenas, Sócrates(469-399 a.C) é tradicionalmente considerado um marco divisório da história da filosofia grega. Por isso, os filósofos que o antecedem são chamados pré-socráticos e os que o sucederam de pós-socráticos.
    O próprio Sócrates, porém, nada deixou escrito, e o que se sabe dele e de seu pensamento vem dos textos de seus discípulos e de seus adversários.
    O estilo de vida de sócrates assemelhava-se ao dos sofistas embora não vendesse seus ensinamentos. desenvolvia o saber filosófico em praças públicas conversando com os jovens, sempre dando demonstrações de que era preciso unir a vida concreta ao pensamento. Unir o saber ao fazer, a consciência intelectual à consciência prática ou moral.
    Tanto quanto os sofistas, Sócrates abandonou a preocupação dos filósofos pré-socráticos em explicar a natureza e se consentrou na problemática do homem. No entanto, contrariando  aos sofistas, sócrates opunha-se por exemplo, ao relativismo em relação à questão da moralidade e ao uso da retórica para atingir interesses particulares.
    Embora tenha sido , em sua época, confundido com os sofistas, sócrates travou uma polémica profunda com estes, pois procurava um fundamento último para as interrogações humanas ( O que é o bem ? O que é a virtude? O que é a justiça?), enquanto os sofistas situavam as suas reflexões a partir dos dados empíricos, o sensório imediato, sem se preocupar coma investigação de uma essência da virtude, da justiça, do bem etc.,a partir da qual a própria realidade empirica pudesse ser avaliada.
    A pergunta essencial que Sócrates tentava responder era: o que é a essência do homem? Ele respondia dizendo que o homem é a sua alma, entendendo-se alma qui como sede da razão, o nosso eu consiente, que inclui a consciência intelectual e a consciência moral e que portanto distingue o ser humano de todos os outros seres da natureza 
    Por isso, autoconhecimento era um dos pontos fundamentas da filosofia de sócrates.
    "Conhece-te a ti mesmo" frase inscrita no Oráculo de defos, era a recomendação basica feita por sócrates a seus discípulos.
    Sua filosofia era desenvolvida mediante diálogos críticos com seus interlocutores. Esses diálogos podem ser divididos em dois momentos básicos : a ironia e a maiêtica.

    A ironia

    Na linguagem cotidiano, a ironia tem um significado depreciativo, sarcástico ou de sombaria. Mas não é esse o sentido da ironia socrática. No grego, ironia quer dizer " interrogação". De fato. Sócrates interrogava seus interlocutores sobre aquilo que pensava saber. O que é o bem? O que é a justiça ? E a coragem? E a piedade? São exemplos de algumas perguntas feitas por ele.
    No decorrer do diálogo, atacava de modo implacável as respostas de seus interlocutores. Com habilidade de raciocínio, procurava evidenciar as contradições afimadas, os novos problemas que surgiam a cada resposta. Seu objetivo inicial era demolir, nos discípulos, o orgulho, a arrogancia e a presunção do saber. A primeira virtude do sábio e adquirir consciência da própria ignorância, "Sei que nada sei" dizia Sócrates ............

    A maiêutica

    Libertos do orgulho e da pretenção de que tudo sabiam, os discípulos podiam então iniciar o caminho da reconstrução de suas próprias ideias.Novamente Sócrates lhes propunha uma série de questões habitualmente colocadas.
    Nessa segunda fase do diálogo, o objetivo de Sócrates era ajudar seus discípulos a conseberem suas próprias ideias. Assim transportava para o campo da filosofia o exemplo de sua mãe,Fenareta que sendo parteira, ajudava a trazer crianças ao mundo. Por isso essa fase do diálogo socrático, destinada a concepção de ideias, era chamada de maiêutica, termo grego que significa "arte de trazer a luz".

    Conversando com Deus

    Pedi forças e vigor 
    Deus me mandou dificuldades para me fazer forte.
    Pedi sabedoria 
    Deus me deu problemas para resolver.
    Pedi prosperidade
    Deus me deu energia e cérebro para trabalhar.
    Pedi coragem
    Deus me mandou situações perigosas para superar.
    Pedi amor
    Deus me mandou pessoas com problemas para eu ajudar.
    Pedi favores
    Deus me deu oportunidades.
    Não recebi nada do que pedi.
    Recebi tudo o que precisava.